"Uma pessoa se faz revolucionária não movida pelo estudo,mas por causa de uma indignação ética diante da realidade". (Merleau-Ponty).

sexta-feira, 27 de março de 2009

nem tudo me convém...

olá amigos! Mais uma vez peço desculpas pela minha falta de tempo em estar aqui! Podem me cobrar, pretendo realmente estar mais assídua aqui neste espaço, principalmente porque agora sou definitivamente uma jornalista (de papel passado e tudo, hehhe).
Queria tratar neste post um pouco sobre alguns acontecimentos recentes que me afetam muito. Este tema está totalmente relacionado a vida, ou talvez digamos que à falta dela, ou melhor ainda, a desvalorização deste dom. Sou católica desde que nasci, porém não é esta opção espiritual que me leva a pensar da maneira que penso. Acredito que a vida humana está além de crenças e religiões, e apesar de tudo o que vem acontecendo neste mundo, jamais acharei certo o assassinato de um pequeno indefeso.
A cerca de um mês aconteceu um caso (que todos ouviram falar, pois foi muito explorado pela mídia - aliás em outro post volto a falar deste grande show pirotécnico que a tal mídia faz com algumas coisas) em que a menina de nove anos depois de ser estuprada pelo padrasto ficou grávida de gêmeos e foi vítima do aborto. Digo vítima pois, quem comete o aborto é sim uma vítima (sempre), pois já se comprova os tantos maus que o aborto pode acarretar para a mulher. Neste caso então, mais do que qualquer outro a menina foi uma vítima, e não só uma vez, várias vezes. Vítima do padrasto, vítima dos médicos que a "operaram", vítima das pessoas que foram responsáveis pelo aborto, e enfim, vítima da imprensa, que ama casos sangrentos para se beneficiar...
As vezes paro pra pensar nesta menina, e me entristeço em saber que, daqui alguns anos, quando ela tiver capacidade de entender o que aconteceu, ela terá dois lados a seguir:
  • primeiro - ela pode se sentir revoltada pelo resto da vida por ter cometido um assassinato (mesmo que sem ter escolhido isto pra si)
  • segundo - ela pode sentir-se (como tantos cientistas) maiores que DEUS, capaz de gerar e tirar uma vida assim, num passo de mágica...

Não sei qual das duas será a realidade para a menina, mas de algo tenho certeza, ela sempre se lembrará deste fato, e aí entenderá como foi uma grande vítima de tudo.

Estou aqui mostrando meu ponto de vista, e sei que muitos ao lerem este post pensarão que eu Mariane não tenho autoridade nenhuma para dizer assim sobre tudo isto. Para essas pessoas eu digo o seguinte, realmente, não posso dar minha opinião científica, pois não sou cientista, mas posso sim falar de MORAL. Digo ainda que esta moral que citei é o que me faz estar aqui escrevendo este grande texto, tanto quanto te faz estar aí do outro micro estar lendo o post (concordando ou não com ele). Por mais que o governo, as pessoas, ou a mídia falem o contrário, eu sei que, o melhor caminho não é assassinar um inocente, principalmente porque, gravidez indesejada sempre acontecerá, e tapar o sol com peneira (pelo que eu saiba) não adianta muita coisa.

Muitos são a favor (e a própria legislação é) quando a gravides é considerada de risco para a mãe da criança, mas enquanto a isso posso dizer o seguinte, Deus é quem sabe a hora da nossa morte. E digo, pois acredito que a vida é um grande milagre (e isto também não está relacionado á crenças e religiões), para comprovar esta minha tese posso citar uma história verídica de uma mãe que, ao engravidar do quinto filho (após perder os dois primeiros) foi indagada pelo médico a abortar esta criança, pois havia um grande risco desta morrer junto com a mãe, a gravidez realmente foi conturbada, mas a criança nasceu com saúde e a mãe também continuou a viver, menos de dois anos mais tarde esta mulher engravidou novamente, e de novo o médico quis que ela abortasse o bebê, mas ela não aceitou...

...hoje passados mais de duas décadas desta história a família vive bem, e com um detalhe, ninguém sente remorso algum por ter cometido uma falha tão grande!

Esta é a minha história, e acredito que de muitas pessoas que, tomadas por ética e moral jamais seriam capazes de preticar um Aborto.

Mariane de Almeida

MAS