"Uma pessoa se faz revolucionária não movida pelo estudo,mas por causa de uma indignação ética diante da realidade". (Merleau-Ponty).

terça-feira, 23 de junho de 2009

opiniões em meio à turbulência

olá.... mais uma vez volto aqui morrendo0 de vergonha pela (dez) atualização do blog, mas tudo bem, queria falar um pouco sobre a tão discutida decisão do Supremo Tribunal Federal.
Já disse aqui neste humilde veículo de comunicação que não concordo e acho que nunca concordarei com a decisão da não obrigatoriedade do diploma em jornalismo.
Não é pelo fato de ser jornalista diplomada que penso assim pois acredito sinceramente que serei sempre jornalista pelo fato de amar esta profissão e saber que a desempenharei bem pelo mesmo motivo.
O meu medo, sinceramente, é de que a qualidade de informação desabe daqui pra frente. Sejamos justos, se hoje o jornalismo está indo de mal a pior com profissionais formados, Como não será então o jornalismo de amanhã com profissionais sem formação? Não estou dizendo que só é bom comunicador aqueles que passaram quatro anos numa cadeira de universidade, e nem mesmo que depois desses quatro anos a pessoa sabe tudo sobre a profissão, não é isso, e estou bem longe de pensar assim, mas, de uma coisa tenho plena certeza, a faculdade nos dá uma base muito grande em termos técnicos (que não são poucos) e em termos éticos (indispensáveis nessa profissão).
Uma coisa me intriga bastante! Na faculdade a primeira coisa que ouvimos e aprendemos é que o jornalista tem que ser imparcial, uma tarefa nada fácil para qualquer profissional e impossível para outros, mas, por menos imparcialidade que se tenha hoje, o jornalista ainda tenta sempre mostrar sempre os lados da notícia e da informação, ou seja, o papel do jornalista é fazer com que o receptor da mensagem após ver os pontos da informação chegue as suas conclusões por conta própria. Este é um princípio bem simples, e como disse, muitas vezes difícil de se seguir. Agora, que tipo de profissional estará nos informando depois desta incrível decisão?
Pessoas ligadas a partidos políticos, ou mesmo a outros tipos de seguimentos ideológicos... Aí eu pergunto mais uma vez: Como será a qualidade da informação? E a tal "imparcialidade", onde é que se aprenderá????
Confesso que tenho medo desta decisão, e espero que as minhas previsões jamais aconteçam, pois, o Brasil muitas vezes parece estar regredindo ao invés de progredir e tende a piorar... E o grande problema disso tudo é que os políticos não estão nem aí pro povo.
Há jovens que no Ensino Médio não conseguem escrever direito, não conseguem interpretar um texto e tão pouco sabem conjugar um verbo... é esse tipo de jornalistas que nosso queridos políticos querem!!!
Quanto menos informação melhor, quanto menos as pessoas souberem, mais fácil será para elas darem seus votos para esse tipo de político...
Como já disse devemos ser justos, acredito sim que há muitos jornalistas natos e por vocação mesmo, não é a faculdade que faz o jornalista, mas ela dá uma base que a experiência tarda em dar.
Sou diplomada e sempre terei orgulho disso, o juramento que fiz durante a Colação de Grau estará comigo eternamente e me fará uma jornalista sempre compromissada com a ética e a sociedade!
Aos estudantes de jornalismo eu dou minha opinião: não deixem seus cursos por esta decisão, pois, com certeza vocês irão se arrepender em algum ponto da carreira de vocês!

obrigada
Mariane de Almeida
Jornalista Diplomada

Um comentário:

Rafaele Silva disse...

Sou da opinião que não é necessário ter diploma pra ser um bom jornalista, mais acho que o diploma é a garantia que a pessoa é instruida o suficiente para exercer a função. Essa opinião do senado irá fazer com que os meios sejam ocupados por advogados sem noção e políticos com contos da caronchinha!