"Uma pessoa se faz revolucionária não movida pelo estudo,mas por causa de uma indignação ética diante da realidade". (Merleau-Ponty).

sexta-feira, 20 de junho de 2008

São José refém de uma empresa?

Não sou sindicalista, e tão pouco trabalho na General Motors do Brasil, porém, gostaria de deixar aqui minha opinião sobre a proposta da empresa aceita pelos funcionários desta.
A intenção não é dizer quem está certo ou quem está errado, porém, que as pessoas possam refletir sobre questões que muitas vezes não percebemos. Pra dizer bem o que penso disso tudo, é que na verdade esta tal empresa conseguiu o que queria "manipular" a maioria da sociedade joseense.
Não acredito estar sendo injusta ao falar isso, pois, quem acompanha os noticiários se lembra bem de toda "briga" entre GM, funcionários e sindicato à alguns meses atrás, a proposta era a mesma, 600 vagas de emprego por um salário reduzido. Fim da história, sindicato e funcionários não aceitaram. A empresa por sua vez diz ter transferido todo o investimento para uma outra filiar de sua montadora. Assunto encerrado, imprensa e consequentemente sociedade contra o sindicato.
Agora, meses depois, a empresa volta com a proposta, porém com um diferencial, os funcionários e a sociedade civil estão de total acordo com esta empresa.
Não critico ninguém por estar de acordo com a empresa, e sinceramente não posso ser injusta, sei que 600 empregos na cidade é melhor pra todos, e como dizem "a cada emprego direto existem três empregos indiretos", com certeza, concordo mais quie plenamente, porém, acredito que a GM não foi muito "legal" ao fazer isso, para mim não passou de manipulação, e hoje, mais do que nunca, vejo uma cidade refém de uma empresa. E mais triste do que isso, é pensar que, o dia em que esta empresa precisar fazer um "corte", "redução de gastos", enfim, quando precisar mandar funcionários embora, ela não pensará muito para acertar as contas com quem recebe mais, isso é óbvio, e nem um pouco justo.
É claro que uma pessoa desempregada aceita receber menos que outros trabalhadores, porque afinal de contas ele precisa do dinheiro, mas para mim, direito adquirido é direito adquirido, e se hoje esses direitos são válidos é por que alguém teve de sofrer para alcançá-los e não acho nem um pouco justo esquecer de toda essa luta, e acatar tão facilmente os interesses de uma empresa que não é nem brasileira.
Hoje a redução é de trezentos reais, e amanhã, quanto mais será tirado dos trabalhadores???
M.A.S.
Mariane de Almeida

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